Painel monolítico de EPS: o que é e como montar na obra?
Abril 14, 2023Quem convive ou trabalha com materiais de EPS (sigla internacional do Poliestireno Expandido), sabe o que é um painel monolítico, mas isso não se aplica a todo mundo. Por isso, vamos te ensinar o que é um painel monolítico e o papel importante que ele tem na sua obra.
O que é painel monolítico?
São painéis ou placas de poliestireno expandido (EPS), popularmente conhecido como isopor. O painel monolítico é usado para construção de edifícios, residências, escritórios e indústrias. Seu uso é similar aos blocos de alvenaria estrutural, podendo ser aplicado em sistema misto.
Além de ter a mesma função do bloco de alvenaria, o painel monolítico tem um sistema constituído por importantes inovações tecnológicas, que pode ser trabalhado por qualquer profissional da construção sem nenhum tipo de dificuldade ou adversidade. O painel monolítico ainda oferece um custo reduzido no total da obra e um maior conforto térmico aos moradores do local.
Geralmente, o painel monolítico é fornecido em malhas de aço de 5 por 5 cm, nas dimensões de 3,0m de altura, 1,15m de largura e espessura variável, permitindo construção de paredes com espessura final de 11 a 19cm.
Portanto, agora você já pode dizer que sabe o que é um painel monolítico e, além disso, vai concordar que é uma ótima opção na hora de construir ou reformar.
Como montar painel monolítico na obra?
Para iniciar a montagem, é necessário um roteiro de recomendações técnicas e boas práticas. A execução de paredes utilizando painéis monolíticos de poliestireno expandido é simples. Neste artigo te mostramos como é o passo a passo para a montagem de painéis monolíticos.
Totalmente autoportante, eliminando a necessidade de vigas e pilares, semelhantes aos blocos estruturais, os painéis monolíticos de poliestireno expandido (EPS) são indicados para edifícios de até dois pavimentos.
Quando usado com a função de alvenaria fechada, não há limite de piso. É também uma solução eficaz para projetos de renovação e expansão.
Pela leveza e facilidade de manuseio, corte e transporte, o sistema garante agilidade na obra, reduz/elimina estruturas tradicionais, simplifica e acelera fundações, otimiza mão de obra e possibilita programas enxutos em termos de prazos e custos.
Etapas de montagem:
1- FUNDAÇÕES
Depois de preparar o terreno para a obra, incluindo limpeza, escavação e/ou aterro, que pode ser feito inclusive com EPS, determine o tipo de fundação a ser utilizada. Para projetos com painéis EPS autoportantes, as fundações de jangada são frequentemente usadas.
A prática usual é usar concreto fck >=20 MPa com espessura média de 12/15 cm, colocado sobre o lastro de cascalho de drenagem, impermeabilizado com manta PE de 0,2 mm. Em cima da manta, temos jangadas, dependendo do projeto estrutural A armadura, composta por tela de aço CA-60 soldada simples ou duplamente, tubulações hidráulicas, elétricas e outras devem ser posicionadas antes da concretagem do radier.
Dependendo do tipo de obra e das especificações do projetista estrutural, podem ser utilizados outros tipos de fundações, como vigas sobre estacas ou tênis de corrida. No caso de reformas e ampliações, os painéis monolíticos podem ser fixados aos painéis existentes, desde que tenham capacidade de carga adequada.
2- BARRAS DE FIXAÇÃO
Um a três dias após a concretagem, a alvenaria do jangada começa a arrendar/marcar. O painel é fixado à fundação pela sua base, utilizando vergalhões CA-50 de 10mm de diâmetro x 50cm de comprimento, posicionando o primeiro furo 25cm atrás do início da alvenaria e os demais furos a cada 50cm., ambos os lados.
Esses vergalhões (starters) são embutidos na fundação, é feito um furo de 12 mm de diâmetro x 10 cm de profundidade e são utilizados agentes químicos de ancoragem, como adesivos ou similares.
3- MONTAGEM DOS PAINÉIS MONOLÍTICOS DE EPS
Os painéis estão localizados entre as partidas da base. A montagem deve sempre começar em um canto e sair nos dois sentidos para fechar a sala. Os painéis são unidos por enrijecedores em tela de arame soldado (tipo “I” ou “L”) e torcidos com arame recozido bitola 18 conforme especificação do projeto.
4- ALINHAMENTO E PRUMO
Ao construir paredes com painéis EPS integrais, um dos principais cuidados que o trabalho deve ter é garantir a verticalidade dos componentes. Eles precisam ser absolutamente retos e não se inclinar para frente ou para trás. A argamassa terá mais gastos se os painéis não estiverem alinhados corretamente, o que resultará em desperdício de material e tempo, além de aumentar o peso das paredes.
Ele ensinou que para alinhar os painéis, use uma régua de alumínio (ou madeira preparada), formando duas linhas horizontais: a primeira a 40/60 cm do piso e a segunda a 200 cm da primeira. Essas réguas serão colocadas em ambos os lados dos painéis, com fios recozidos prendendo-os um ao outro e perfurados por EPS. Para o prumo do painel, é melhor utilizar um prumo ajustável (tipo prumo metálico, que pode ser alugado), diagonalmente perpendicular à régua (tipo mão francesa).
5- ABERTURA DOS VÃOS
Os vãos referentes a portas, janelas e equivalentes deverão ser demarcados com caneta/tinta, para execução dos cortes das telas com tesoura para vergalhão ou lixadeira, e das placas de EPS utilizando serra de mão ou estilete. Todas as aberturas receberão peças de reforços em tela eletrosoldada em sua borda (tipo “U”) e nos encontros das extremidades/cantos (tipo “I” a 45°), fixadas com arame recozido nº 18 retorcido.
6- INSTALAÇÃO DE ESQUADRIAS
Recomenda-se remodelar a abertura com espuma de poliuretano expandido, deixando 2 cm restantes de cada lado para fixação do aro e batentes.
7- INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDRÁULICAS
O layout da rede de instalações será marcado com caneta/tinta no painel. Com a ajuda de um soprador de ar quente, as ranhuras equivalentes no EPS serão abertas. Se a malha para o canal do tubo precisar ser cortada, a malha de reforço deve ser aplicada neste ponto.
8- REVESTIMENTO DOS PAINÉIS MONOLITICOS
A superfície do painel deve estar limpa e isenta de manchas e materiais que diminuam a aderência da argamassa. A mistura é 1:3 (cimento e areia, em volume), e cada saco de cimento contém 200 ml de plastificante e 100 g de microfibras de polipropileno. O ideal é aplicar a argamassa com projetor pneumático ou espátula. Há pelo menos duas camadas de cada lado do painel: a primeira camada, 1 cm acima da altura da grade; após no máximo 48 horas, a segunda aplicação é 2 cm de espessura.
O master ou taliscamento é utilizado para delimitar a área projetada, para delinear a espessura final da argamassa e como suporte para a régua utilizada nas ripas. O mestre deve estar alinhado e na vertical para garantir a lisura da camada de argamassa e sua espessura mínima.
A projeção começa sempre de baixo para cima, entre o material principal ou a betonilha, com enchimento suficiente e sem excessos, para evitar retrabalhos, salientando que cada camada obtém uma argamassa com espessura total de 3 cm, cada A camada mínima é de 0,5 cm e a máxima é de 2 cm. Após a projeção, use uma régua de alumínio para bater as ripas verticalmente de baixo para cima para evitar que o excesso de argamassa caia no chão.
O objetivo principal da primeira ripa é retirar o excesso de material projetado na parede e facilitar a regularização inicial. Caso a aplicação da argamassa seja constatada defeituosa após o lixamento, será necessária uma reprojeção para correção das irregularidades.
Recomenda-se a cura a úmido, molhando as paredes por pelo menos três dias após a pintura, usando mangueira spray com forma de ducha. O procedimento evita rachaduras por retração.
9- LAJES
A laje recomendada seria uma laje treliçada pré-fabricada com EPS uni ou bidirecional, que distribui a carga uniformemente por toda a alvenaria. As especificações e dimensões devem estar de acordo com o projeto, sendo que no máximo duas lajes serão executadas sem a adição de estruturas auxiliares (vigas ou pilares).
10 – ACABAMENTOS
Os painéis monolíticos de EPS aceitam qualquer tipo de revestimento. O acabamento seguirá o mesmo padrão da estrutura tradicional. Várias texturas, molduras e padrões de cores estão disponíveis.
É importante observar que para utilizar painéis monolíticos em sua obra, é preciso prestar atenção e planejar. Os painéis geralmente chegam em forma de chapas de isopor, e a armadura já vem feita. Quando era necessária alguma modificação ou corte, o engenheiro responsável tinha que acompanhar de perto a execução da obra e verificar como a estrutura geral do painel estava reforçada.
Isso é importante ao enquadrar portas, janelas e fazer furos para construção hidráulica e elétrica e conectar um painel ao outro. A maior desvantagem do uso de painéis monolíticos em sua obra é o maior risco de incêndio e até a necessidade de uma preparação completa com uma substância retardante de chamas. Este método de construção não é adequado para edifícios muito altos com alto risco de incêndio. Antes de utilizar este material em sua obra, consulte as normas NBR e ABNT para verificar se atende às suas necessidades.
Gostou do Artigo? Acompanhe nossas redes sociais e saiba quando novos artigos irão ser postados.